26 fevereiro, 2007

A Borboleta!

Noite escura lá fora, fria, oculta mas mais me preocupa o meu vazio... o meu silêncio profundo como se a mente deixasse pura e simplesmente de pensar...

Fogem-me as ideias como chamas etéreas fustigadas pelo vento... o meu? Apesar de tudo, continua a doer a tua simples existência...

Escreveste-me uma carta... uma simples, dactilografada, impessoal, carta deixando apenas um beijo... (pouco lembro já dos que trocámos). Despediste-te para um nunca mais e foste sem sequer olhar para trás...

Eu esperei por ti, na minha completa inocência desejei que não embarcasses nessa viagem sem retorno... mas foste, levando os meus sonhos contigo, mas deixando-me qui...

Vejo os raios da lua que já partilhei como um beijo...

A lua virou Sol e voltei a ver-me ao espelho. Tenho asas! Sou Monarca!

P.S.: Entre Borboletas e traças vai uma grande diferença. Umas são belas, coloridas, fortes, resplandecentes e iluminam tudo em redor. Já as outras, de tantas e tão cinzentas que são, acalentam um sentimento de piedade. Nunca confundir uma borboleta com todas as traças que se colam a uma lâmpada e se limitam a lá ficar.

22 fevereiro, 2007

O design da alma

"As linhas de um monumento devem ser determinadas pela sua perfeita apropriação ao destino"... (Eiffel)

Leva-nos a pensar se com as pessoas se passa o mesmo. Os mais voyeuristas poderão logo pensar em linhas externas... desenganem-se. Nada é pior que um design de uma alma inacabado.
Qual Picasso, qual Degas, qual Van Gogh... a minha alma é mesmo Miró. Numa tela de incongruências, de formas geométricas perfeitamente imperfeitas vejo-me crescer, evoluir, envelhecer... Acrescente-se um ponto final almejando uma delineação, um padrão. Afinal, sou eu que me engano. Não é apenas um ponto que falta, mas sim uma profusão de reticências vermelhas, pretas, azuis.... qui çá...

13 fevereiro, 2007

De repente...


Suddenly is Monday
And all I see is stormy clouds
This grey jacket upon my shoulders
The noisy traffic whitin my shouts

Suddenly my eyes start to bleed
And the blury road threatens to steal
All the memories left behind
All the dreams and tunes to feel

Suddenly...
Suddenly...

And those meaningless words spoken
Chose the day to be left to die
And the soft thoughts were torn and broken
Making all lullabyes say goodbye

Suddenly...
Suddenly...

Suddenly is Monday
And my world seems weary to run
The mouldy books were finally over
Reminding me once we were one

Suddenly...

..............)ï(..............
(Porque de repente me deu vontade de escrever a letra para uma música. Pode ser que um dia a ouça a tocar sem ser baixinho, cá dentro, só para mim....)

06 fevereiro, 2007

Sou!

Ser e não ser mais nada
Ser um riso num lugar estranho...
Lâmpada cinzenta em rua dourada...
Ser o brilho da própria luz,
a sombra do próprio sol
Ser o infinito num ponto,
numa estória contada...
Ser os passos que não se dão...
...por essa estrada,
Mas ecoam num sorriso,
Gargalhada.

Ser o beijo e a própria boca
Ser os teus lábios!
Chamam-me louca...

Ser frio na aurora perfeita
Ser silêncio pela marginal
Ser árvore, fruto, animal
Ser quem sou.
Ser quem fui.
Ser o ser,
Ser e não ser mais nada.