28 agosto, 2012

todos os (m)eus


Não me condenes porque te escrevo.
Lê-me primeiro, antes de me criticares.
Sei hoje que não te quero mais. Que me cansaste a alma e o peito e que tudo o que via em ti fugiu. Ficou-se na praia, naquela praia em que te encontrei de olhos postos em quem não era eu.
Vi-te lá, vi-te e quis-te. Mais que ao próprio ar. Quis-te saborear, palpar, sentir, saber-te de cor.
… e a tua pele ali, tão próximo de mim como que a chamar pelo meu nome! (vem cá…)
Tu nem me viste, nem reparaste o quanto ardia por dentro pelo teu cheiro, pelo gosto da tua boca em carne quente e por te ter ali, naquela hora, quando todos nos viam em suspenso.
Mas não te posso julgar. Não foste tu quem disse adeus, mas todos os que antes me viram afastar depois de um primeiro olhar. Primeiro, segundo, outros tantos que me fizeram perder a razão e deixar-me levar  pela vontade de entrega pura da carne.

 junho de 2000
- Olá, quem és tu?
- Olá, sou eu...

22 agosto, 2012

hoje... amanhã


Hoje é o dia em que te mato.
Hoje é o dia em que me despeço de ti...
... e de tudo o que isso faz em mim.
Hoje é o dia em que desisto do sabor amargo que me deixas na boca, ...cada vez que te vejo.
Hoje é o dia… ou talvez amanhã…

07 fevereiro, 2012

Poesia da merda (ou como se purga um imbecil)

Um dia quis uma trinca dar-te
Nhac! –“Em cheio”
Culpa minha, errado anseio
Fui eu quem desejei o alheio
Mas ainda assim fui falar-te

Um dia disseste-me que não
Que a trinca não tinha tido razão
Que tinha sido um erro trincar-te
E que me restava mastigar e deixar-te

Um dia falaste-me dela
Raiva! Congestão!
E a trinca de ti que ao estômago descia
E em convulsões se remexia
Mas consegui a digestão

Um dia contaste-me quem era
E isso nem me fez comichão
Já trincado e ingerido
Já macerado e digerido
Finalmente livrei-me de ti
Parabéns...
Fizeste um lindo cagalhão!