10 outubro, 2009

amanhã, talvez

- cada vez escrevo menos. não falo da pena que me sustenta o vício e paga as investidas consumistas, mas da escrita que sai cá de dentro como um grito...
Porque me esfrangalho toda a cada palavra, porque dói cada frase construída e porque sem querer vejo espelhados os meus dedos.

Guardei os pontos de interrogação, fechei as dúvidas em lugar incerto.
e assim vou evitando rever-me, revisitar-me todo este tempo depois.
e assim deixo que o tempo passe e vá levando com ele a ânsia de tantas marés.

tenho o hoje
falta-me o amanhã...

24 agosto, 2009

tempus fugit

quantas vezes assalta a alma a ideia de um passado diferente, de como a escada descida ao contrário poderia levar para um outro plano de infinitos. são tantas as ondas que se deixam passar, tantas marés perdidas, outras tantas enclausuradas pela palma da mão em punhados de areia que se vão e os rios que seguem sempre para o mar. estar tão perto e tão longe, a largos dias de distância... e o relógio que não pára...

tic... tac... tic... tac...

...não entres pela porta que não deixei aberta. deixo-te a janela e a varanda, talvez o terraço para uma prosa...

21 agosto, 2009

segui-te hoje pela primeira vez. não sabia para onde ias nem onde os teus passos me levariam mas optei, mesmo assim, por ir. o caminho cheirava a outono, entre todas as peças que caíam de mim como que esquecidas. e era ver-te por entre as minhas folhas que cruzaste. agora, que finalmente me conseguiste ler, não lamento os passos que antes não demos. foram pedras deixadas ao acaso para que, sem mapas, guias ou sinais, nos encontrássemos no tempo certo.

Guardo na boca o sabor das gotas de chuva que inundaram os meus olhos
Guardo no peito o bater leve do teu riso que me aquece
Guardo-te em mim...

12 agosto, 2009

should i stay or should i go?

I stay
So help me god...


Foi das decisões mais difíceis, mas o coração falou mais alto.

Continuo jornalista!

22 maio, 2009

a carochinha e os bad boys

A culpa é da carochinha... e dos irmãos Grimm, e do senhor walt disney e do La Fontaine... A culpa de nós cairmos na cantiga do bandido é toda das historinhas que nos contam em pequeninas. É da Bela por axar que o monstro é um tipo fantástico, apesar de ter garras e dentes pontiagudos. É da Cinderela por pensar que só um príncipe encantado a tira da vidinha de empregada a dias. É da Branca de neve por não fazer pela vida e ficar com um caroço entalado à espera que venha um tipo estupendo que o tire de lá. É da Pequena sereia por não se contentar em ter rabo de peixe. É da Minnie por ser um apêndice do rato mickey. É da Bela adormecida por não acordar para a vida. Até é do Capuchinho vermelho por se deixar comer pelo lobo mau de. É, no fundo, da Carochinha que depois de tanta esquesitice (ah porque é porco, ah porque é mau, ah porque tem espinha) acabou por escolher o parvo do joão ratão que de tanta chico-espertice caiu no caldeirão.
E é por isso que nós, parolas, gostamos é dos bad boys, dos brutos e com a mania, dos que dão luta e estimulam o intelecto ou o gosto ou o olfacto e o paladar...
Os outros, os tontinhos e bonzinhos e simpatéticos e amigos não desperam curiosidade. O que é uma pena. As dores de cabeça seriam bem menores.

beijos violeta borboleta

29 abril, 2009

...

os dias já foram bem mais fáceis. quando as manhãs se enchiam de luz pelo simples toque da pele e todo o ar entrava nos poros sem esforço. e o silêncio era sinal de paz e a ausência apenas uma circunstância.
as luas passaram e trouxeram vagas agitadas, ruídos incessantes e o vazio. surgiram as frases incompletas, as pausas sucessivas e as vozes!
surgiu o desalento e o desencanto...
foi mais um pássaro a roubar das sementes plantadas.
foi mais um compasso que ameaça encerrar-se em suspenso.

e mais uma vez persiste o sonho ténue da plenitude.

27 março, 2009

mensagem da coca cola para tempos difíceis



lindo. para ver e rever, mesmo com a lagrimita no canto do olho.

"no te entretengas en tonterias que las hai e vete a buscar lo que te haga feliz"
(desculpem o portunhol, mas é o q s arranja)

"estas aqui para ser feliz"

26 março, 2009

mais pimpolhices

esta foi-me contada e tinha que a partilhar :D



Pimpolho - Estou quescido
Não é quescido, é CRescido. Ora diz lá
Pimpolho - Quescido...
Não, não é assim. É Cres-ci-do!
Pimpolho - Estou maior...




Ora toma!

17 março, 2009

Prozac... precisa-se

é que a vidinha de toda a gente parece.me actualmente mais interessante que a minha que n ata nem desata nem sai da cêpa torta.
n gosto de cinzento, n sei viver com a indefinição, incerteza, o lusco-fusco.
estou aqui mas tanto podia estar ali, acolá, além e isso não me basta.
ando assim mas se talvez andasse de outra maneira e estivesse noutro sítio o meu mundozinho teria mais cor... e ainda assim, talvez não.
e isso tudo, esse vai-não-vai, esse rame-rame, essa mesmice cansa-me bem mais que duas aulas seguidas de ginásio.
é o cansaço do cérebro que se arrasta a pensar, é a procrastinação do futuro, é a lassidão, a frouxidão dos actos e cada vez mais a inércia de agir.
não, não estou deprimida. estou é fartinha de muita coisa e a precisar de drogas legais, umas fluoxetinazitas 'faxavor', uns pozinhos de perlimpimpim.


sou uma fraude, é o que é.

01 março, 2009

delicioso

os 3 anos têm destas coisas...

Eu: Oh André, és do Porto?
Pimpolho: Sim
Eu: Então és portista...
Pimpolho: Não, sou André!!!!

16 fevereiro, 2009

este inverno...

... voltei a usar o meu kispo tipo chouriço
... apanhei com neve na tola em pleno Porto
... tive de confirmar várias vezes se os meus dedos dos pés não tinham caído
... recuperei a botija de água quente para dormir
... voltei a usar camisolas interiores
... tomei duas vezes antibiótico num espaço de um mês
... usei e abusei de camisolas de lã com gola alta
... perdi a vontade de sair à noite sob pena de me cair o nariz

... resumindo, tive frio, muito muito frio

por isso solinho, vê lá se não te vais embora.
por favor...

02 fevereiro, 2009

declaração de princípios

Não gosto do saudosismo, não suporto quando o passado me bate à porta sem pedir licença. é algo que me aborrece solenemente, especialmente quando se trata de situações que ficaram arrumadinhas, digeridas, resolvidas, embrulhadas e recicladas.

Todos os que passam pelo meu caminho me marcam de uma ou outra maneira. Deixam uma pegada no que sou, sei e sinto. Ainda assim, não passam de peões de um jogo de xadrez que uma vez caídos não regressam ao tabuleiro. Dessas, que decerto fizeram más jogadas, prefiro que se mantenham na condição de pretérito imperfeito.

Nem sempre os ponteiros do relógio andam à mesma velocidade, nem sempre se vê a "big picture" e o puzzle acaba por ficar com as peças desencontradas.


That's life...

14 janeiro, 2009

cessem as marés

As nuvens apertavam-se naquela manhã em que os passos lhe fugiram dos pés. Queria correr mas a estrada não deixava que continuasse na busca inglória das horas que escorriam no ar. Pegou nos pincéis e com um toque manchou o tempo e as luzes para que pudesse entrar no castelo. Foi lá dentro que viu e sentiu o poder das marés que crescem e passam, criando rios de distância e carris de saudade. Foram as aguarelas da lembrança que lhe permitiram ver os traços agudos na face de um riso.



--- Sei que estás aí…

09 janeiro, 2009

cai neve NÃO SÓ em nova iorque

sim, é verdade, também nevou no Porto.
Não posso dizer que tenha sido lindo, ou bonito, ou... encantador porque não foi. Toda eu gelei e tive de ir comprar umas luvas e umas meias de urgência sob pena de perder os dedos.
A meio da tarde tive mesmo de confirmar que os ditos ainda lá estavam e que não tinham caído juntamente com o nariz.
Neve é bonita na serra (da estrela, nevada, afins) onde se faz ski, sku e outros que tais. É que quando visito tais altitudes, vou consideravelmente preparada com várias camadas de vestimentas quentinhas. Neve não é bonita quando se tem de esperar uma manhã inteira na rua para saber da vidinha de uns determinados indivíduos que decidiram dedicar parte da sua vida à prática de ilícitos, vulgo "bándidos e bigaristas".
E mais não tenho a dizer sobre o assunto.

bom fds que vou hibernar

06 janeiro, 2009

à espera

ando com vontade de escrever e não sei bem o quê.
ando sem gosto pelas letras, sem sabor pelo teclado que já conheço de tantas batidas.
ando assim, sem sentir o desejo dos dias, sem tesão pelo sol ou pela chuva.
ando como todos andam… para a frente e sem olhar.
ando apenas por andar!
ando pelos caminhos pelos quais quero desandar.
E no fim restam os passos e o chão
e o comboio que tarda em partir
do outro lado…