29 abril, 2007

quero...

Quero-te provar, encontrar esse equilíbrio entre o sabor e o cheiro do que és por dentro... quente, doce, vibrante... Poder morder das próprias entranhas o suco da vida e beber até saciar a minha sede de ti.

Conheço-te de cor, sei a ordem dos teus traços, o perfil do teu corpo, o toque da tua pele que alterna entre o macio e o áspero, o liso e o rugoso... a pele que te protege de mim e desse desejo perverso de te saber. Encontrar-me nas tuas veias, nos brônquios, no fémur, cúbito e rádio, em todas as células, órgãos e miudezas e poder fazer-te parte do que sou, do tangível e visível, para sempre.

Entra em mim, alimenta os meus poros, o meu desejo mórbido, o meu sangue!!!

E enquanto suspirares, enquanto a morte se for apoderando, lentamente, dos teus sentidos, saberás que continuarás a viver em mim, pelo gosto, pelo sabor, levemente temperado de especiarias que o próprio ar carrega.

Ah, o deleite, o prazer, o derradeiro pecado original. Pertenceres-me completamente como a caça ao caçador.

Oferece-te!
Eu espero...

2 comentários:

mik disse...

A little sincerity is a dangerous thing, and a great deal of it is absolutely fatal...

aquelabruxa disse...

começo a achar-te vampira ;-)