Escorre-me o teu olhar pelas mãos...
Quantas vezes apenas pedi que me guardasses num abraço
e me levasses para esse teu mundo perdido
de meninos grandes e fadas e brilhos!
Esperei-te no ar, no vento, no norte sem estrelas...
Foste o meu sol, a minha lua, a minha estrela polar e o meu cruzeiro do sul...
Era nas horas calmas, momentos mortos que nos encontrávamos.
Ficávamos assim perdidos, vendo castelos no ar e...
Era o teu calor e o teu jeito traquina em mim.
Sabia-te de cor.
Soube-te de cor pelas linhas cruzadas em labirintos nas minhas mãos
Corri os teus olhos como uma planície de cor, pontilhada pelas pétalas do teu sorriso
Respirei-te
Senti-te
Vivi-te em mim!
Escorrem as tuas mãos pelos meus olhos...
... salgados, molhados, sem cor...
Foste uma tangente ao meu círculo
Uma intersecção à minha recta, plano transversal
Caminhaste sempre no teu eixo
Sem nunca pensar na minha função.
Espera-te o infinito...
Espera-me o infinito...
Voltaremos ao princípio como o próprio relógio?
Sento-me frente ao espelho
Devolve-me um reflexo que não reconheço
Que não sou mais eu nem a minha aparição
Fita-me um olhar diferente, um sorriso oco
E nele, o teu brilho de outrora...
Soube-te em mim,
Já não me sei mais.
3 comentários:
Que bom voltar a "ler-te"...mas...seria tão melhor que mudassem os tempos verbais e desaparecessem os "eras", foste", "soube"...
Acredito que este novo ano que agora se aproxima a passos bem largos, te traga a magia e o amor que tanto anseias...sem mas nem porquês! Apenas a perfeição...porque sim...ela existe!
Beijos minha borboleta...
um belo ano para ti... e que o novo desafio seja ganho por goleada!
Lindo, como a tua alma...
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