O indivíduo que baleou os vizinhos por acreditar que um deles, pelo facto de ser homossexual, estaria a sodomizar o seu gato  foi hoje condenado, no Tribunal  São João Novo, Porto, a cinco anos e seis  meses de prisão efectiva.
(Lusa)
José Maria Correia, 53 anos, empregado de mesa há 32, foi condenado  pelos crimes de homicídio na forma tentada e detenção de arma proibida.
O tribunal deu como provado que, em 27 de Outubro de 2007, José Correia  pediu a Anabela Cruz Silva (atingida pelos disparos), que se encontrava  no pátio das habitações, que a ajudasse a resgatar o seu gato que havia  fugido para um terreno contíguo. 
Na impossibilidade de Anabela Silva poder responder à solicitação do  arguido, o vizinho José Pedro Macedo, que estava à janela da sua habitação  e se apercebeu da situação, prontificou-se a ajudar no resgate. 
Quando José Correia viu José Pedro a tentar apanhar o gato começou a  proferir expressões injuriosas sobre a sua orientação sexual. 
Assim que consegue capturar o animal, o vizinho de José Correia desloca-se  para a habitação do arguido, ficando Anabela Cruz no pátio, onde foi atingida  pelos disparos de uma pistola Browning, de calibre 6.35, pertencente ao  arguido. 
Provou-se ainda que José Correia acreditava que a pessoa no pátio era  José Pedro e estava convicto de que "este era homossexual e que pudesse  ter havido contactos de natureza sexual entre o vizinho e o gato". 
No seguimento dos disparos, Anabela Cruz, professora de ensino secundário,  foi transportada para o hospital de São João onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica da qual resultou uma cicatriz de 23 centímetros. 
O tribunal deu ainda como provado que José Correia agiu deliberada e  conscientemente com o propósito de tirar a vida a José Pedro, considerando  a sua postura durante o julgamento "profundamente desconcertante" e com  um "comportamento homofóbico". 
Durante as buscas policiais foram encontradas 38 munições em casa do  arguido, conhecido por "Zé Pistoleiro", como contou Maria da Conceição Volta,  tia da ofendida. 
O juiz-presidente, João Amaral, considerou que o motivo que desencadeou os factos "é torpe". 
"Dar um tiro em alguém por ser homossexual e por supostamente ter tido  relações sexuais com um gato que ajudou a resgatar, e por isso o animal  ter ficado homossexual, é talvez o motivo mais torpe que eu já vi na minha  vida", frisou o magistrado. 
Esse motivo é revelador "de uma insensibilidade atroz pela pessoa humana",  referiu João Amaral lembrando o caso do transexual Gisberta que morreu às  mãos de jovens menores e comparando o comportamento destas com o do arguido.
José Correia foi ainda condenado ao pagamento de mais de 22.000 euros  pelos danos patrimoniais e não patrimoniais causados a Anabela Silva. 
À saída da sessão Luís Manuel Silva, advogado do arguido, referiu ainda  ser prematuro exprimir qualquer opinião sobre a sentença, admitindo porém  que "se não houver matéria suficiente para recorrer parece que a pena é  equilibrada". 
José Luís Quelhas, advogado da assistente Anabela Silva, admitiu que  a cliente possa achar que a pena devesse ser superior mas não pensa recorrer  da sentença.
 
6 comentários:
Eu acho este caso tão estapafúrdio que até me escuso a falar sobre ele... estamos no século XXI, right?!
ahahhahaahahhah brutal
sempre á muitos maluquinhos neste mundo. podia lembrar-se de mijar pela perna abaixo ficava mais em conta.
Cómico, se não fosse trágico.
Para já, vê-se aqui a pequenez da mente do autor dos disparos, e também se vê o que dá ter armas em mãos erradas...
Mas forte concorrente para a melhor de sempre é a história do senhor que faliu uma empresa que não faliu, extinguiu um jornal que afinal não foi extinto, e não quer pagar aos que despediu aquilo que lhes deve. O mesmo senhor, tido como empresário exemplar e até agraciado pelo QREN, burlou o Estado em milhares de contos e colecciona empresas fictícias e episódios de cambalacho e trambique uns atrás dos outros. Essa é, para mim, a melhor de sempre!
Mas forte concorrente para a melhor de sempre é a história do senhor que faliu uma empresa que não faliu, extinguiu um jornal que afinal não foi extinto, e não quer pagar aos que despediu aquilo que lhes deve. O mesmo senhor, tido como empresário exemplar e até agraciado pelo QREN, burlou o Estado em milhares de contos e colecciona empresas fictícias e episódios de cambalacho e trambique uns atrás dos outros. Essa é, para mim, a melhor de sempre!
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