‘Olá’ – dizia o Beijo escondido no canto direito da boca dele
‘Olá’ – piscava o olho o Beijo perdido no canto direito da boca delaMas os lábios diziam outras coisas, alheios à comunicação do Beijo ali esquecido. Falavam de tudo e de nada, de sons e silêncios, de risos gargalhadas e até da chuva e do tempo. E o Beijo lá ficava, de braços cruzados e impaciente, sem perceber porque não se podia mostrar.
Este era um bom beijo, feito de açúcar e algodão doce, de confetis e bolas de Berlim, de café e licor de anis, de dúvida e curiosidade, de química e atração… prometia muito o bom do Beijo e os lábios que continuavam sem se tocar…!
‘Grrrr’ – rosnava o Beijo impaciente da boca dela
‘Hmmm…’ – pensava a medo o Beijo quente da boca deleEnquanto isto, lá ficavam os lábios em franca comunicação, lançando ao ar palavras esdrúxulas que flutuavam frente aos olhos para onde o Beijo havia viajado. Porque um beijo, para ser bom, deve ser dado, e roubado, sempre com o olhar que lentamente percorre o canto direito do lábio.
‘Beijo, chamo-me Beijo’ – cantarolava o Beijo fugido para o olhar dele
‘Beija-me então, Beijo’ – pedia o Beijo perdido no olhar delaFoi preciso um silêncio, várias cócegas, dois passos, um momento em que os lábios se calaram e os olhos se despediam para que o Beijo aparecesse. E foi como prometia… ou até melhor… bem melhor… Trazia cor, rimas e covinhas na cara. Trazia o toque, o peito e a minha cabeça no teu. Trouxe um abraço quente, um sorriso cá dentro e cócegas no coração.
‘Olá, Beijo Bom’ – digo-te eu e o beijo com saudades do canto direito do teu.
3 comentários:
Excelente!
Que bonita estória...quente, doce e apaixonada...
Aguardo impaciente os próximos capítulos...
e então ficou por ai? adorei,muito bom perder-me na tua escrita! beijos:)
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