Era uma vez uma fada. E a fada vivia num castelo, desses encantados, com véus e flores a cobrir os parapeitos das janelas, elas próprias encantadas. Como todas as fadas, vestia de cor-de-rosa e passeava com varinha de condão, sempre acompanhada de pequenas borboletas, libelinhas e colibris. Tinha cabelos loiros e olhos brilhantes de luar, mas faltava-lhe um príncipe para beijar. Naquela manhã encantada, a minha fada encantada, como o são todas as fadas e também todas as manhãs, ergueu a varinha para fazer um vestido. Não um vestido qualquer, que nenhuma fada aceita simples tule, organza ou cetim. Teria de ser um vestido especial, em que todos os elementos estivessem conjugados numa perfeita união. Não poderia faltar o brilho do sol, ou os raios da lua, nem sequer as ondas do mar ou a leveza do próprio ar. Com aquele vestido, a minha fada queria voar...
Convocaram-se os senhores dos mares, os reis da terra e deuses do céu, todos num concílio para que se pudesse criar tão especial vestido. E passaram-se as horas encantadas, por relógios encantados espalhados por tantos e tantos quartos enfeitiçados pela magia de uma inebriante sedução que emanava do ser feérico. Nada parecia agradar, nada parecia ser verdadeiramente especial para uma fada, que como todas, padece do romantismo das flores e do encantamento dos animais que se encontram una única vez para partilhar toda uma vida. Sim, a minha fada encantada e enamorada queria o que nem os deuses tinham para oferecer. Faltava-lhe o beijo encantado do príncipe, sem o qual não fazia sentido fazer tal vestido.
As notícias logo se espalharam pelo reino encantado, como todos os que fazem parte de contos de fadas. "Onde estará o meu príncipe?", perguntavam os caracóis loiros do cabelo encantado da fada encantada. O seu pedido ecoava em música nos ouvidos de todos as criaturas encantadas do bosque encantado que envolvia o reino encantado. Todos procuravam o príncipe do beijo... onde estaria? onde estará? onde estás...?
3 comentários:
Era uma vez uma borboleta que ensinou uma fada a voar...numa mão colocou-lhe uma varinha de condão e na outra pozinhos de perlimpimpim. Ensinou-a a sonhar e a não temer as cobras que sorrateiramente teimavam a entrar no seu jardim encantado...deu-lhe poder para decidir por si. Para a fazer mais feliz e com a sua graciosidade, a borboleta teceu-lhe um vestido de luz, com a delicadeza das pétalas de uma margarida e enfeitou-lhe o cabelo com verdes heras. O vestido apesar de quase pronto continua à espera de alguém que o admire ainda mais do que a própria fada e a sua amiga borboleta...
A bela borboleta todos os dias continua mimosear a pequena fada com a sua presença, poisando singelamente nas suas varandas repletas de flores e de véus que bailoçam suavemente ao som do vento, lembrando ténues notas de uma distante harpa...
às vezes era melhor se o mundo fosse de encantar.
gostei muito.
volto.
beijinho*
adorei sua historia e muito linda .Eu nunca tinha lido. Eu adoro criaturas encantadas, fadas então eu amo
Enviar um comentário