Quero folhas brancas para escrever. Folhas sem manchas ou passado, lisas ou em quadriculado. Linha após linha, preenchem-se os espaços de sentidos e sabores e tantos tantos odores que se perdem em palavras. A caneta vai delizando e as folhas, outrora brancas, estão já marcadas pelos pequenos grãos de areia, pelo sol, pelo sal e por mim.
Hoje sou sombra porque não a tenho. Irradio ondas de calor quando o sol sorri do seu ponto máximo... o meu zénite. Estende-se a toalha, escorre-se o cansaço e distrai-se o beijo em suspenso. À medida que as cigarras aumentam o ritmo do bater das asas - furor! - amainam-se as vozes e no ar apenas o silêncio ondulante do mar. Uma e outra, uma atrás da outra...
Numa cumplicidade de espuma lavam-se os segredos e os gritos roucos entregues em surdina. Entrega-se o corpo à luxúria num acto de carne entre pele e calor.
"- É Ícaro quem está aqui!"
Gritam os velhos de barbas e as musas de outrora e do tempo. Errante, a epiderme continua a oferecer-se... agora com outros aromas e um novo brilho a óleos de amêndoas doces e canela. Paira o pecado cometido em sintonia, esquecem-se as horas cinzentas e as botas de chuva. Até a gabardina amarela, escondida entre mil e uma coisas, parece adormecida da memória.
Contempla-se, esgota-se. É o prazer dos poros que gritam em êxtase sem perdoar! Lá longe continuam as ondas geladas, o líquido frio e salgado...
"- Cheira a mar", diz a menina de tranças loiras e mini-saia cor de pastilha elástica.
Deixe que se cheire e se sinta. Comam os olhos, o nariz, o corpo e tudo!
Planam as asas sem sombra ou luz ou história. Apenas brancas, por escrever...
Hoje sou sombra porque não a tenho. Irradio ondas de calor quando o sol sorri do seu ponto máximo... o meu zénite. Estende-se a toalha, escorre-se o cansaço e distrai-se o beijo em suspenso. À medida que as cigarras aumentam o ritmo do bater das asas - furor! - amainam-se as vozes e no ar apenas o silêncio ondulante do mar. Uma e outra, uma atrás da outra...
Numa cumplicidade de espuma lavam-se os segredos e os gritos roucos entregues em surdina. Entrega-se o corpo à luxúria num acto de carne entre pele e calor.
"- É Ícaro quem está aqui!"
Gritam os velhos de barbas e as musas de outrora e do tempo. Errante, a epiderme continua a oferecer-se... agora com outros aromas e um novo brilho a óleos de amêndoas doces e canela. Paira o pecado cometido em sintonia, esquecem-se as horas cinzentas e as botas de chuva. Até a gabardina amarela, escondida entre mil e uma coisas, parece adormecida da memória.
Contempla-se, esgota-se. É o prazer dos poros que gritam em êxtase sem perdoar! Lá longe continuam as ondas geladas, o líquido frio e salgado...
"- Cheira a mar", diz a menina de tranças loiras e mini-saia cor de pastilha elástica.
Deixe que se cheire e se sinta. Comam os olhos, o nariz, o corpo e tudo!
Planam as asas sem sombra ou luz ou história. Apenas brancas, por escrever...
1 comentário:
Tens um livro em branco à tua frente para escrever...com as tuas doces e ternas palavras vais enche-las um dia de coisa brilhantes, felizes e únicas...
Sabes que neste entretanto podes contar com os meus pózinhos de perlimpimpim para tornar as nossas vidas um pouco mais encantadas...
Um dia a menina de olhos de mel, cabelos de cetim e com uma borboleta esvoaçante no ombro vai dizer: "Cheira-me a amor..."
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