24 agosto, 2009

tempus fugit

quantas vezes assalta a alma a ideia de um passado diferente, de como a escada descida ao contrário poderia levar para um outro plano de infinitos. são tantas as ondas que se deixam passar, tantas marés perdidas, outras tantas enclausuradas pela palma da mão em punhados de areia que se vão e os rios que seguem sempre para o mar. estar tão perto e tão longe, a largos dias de distância... e o relógio que não pára...

tic... tac... tic... tac...

...não entres pela porta que não deixei aberta. deixo-te a janela e a varanda, talvez o terraço para uma prosa...

1 comentário:

Anónimo disse...

"...
Quem sabe dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah mas se ela adivinhasse,
se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quando sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falhar-lhe
Porque lhe estou a falar..."

Fernando Pessoa