Não é fácil estar sentada nesta poltrona de espera enquanto um remoinho de crisálidas tenta, com toda a força palpitante, sair do casulo... enquanto toda eu deseja uma resposta. Na ambiguidade das formas das nuvens lê-se o impossível, o inaceitável, a minha vontade.
Ser pássaro azul que renasce da flor plantada em águas, que emerge por entre as brumas!
Lusco-fusco.
Pisca-pisca.
Os olhos ainda não se habituaram à luz imensa que brilha cá dentro e irradia tentando esquecer aquele medo que já invadiu todos os poros, todas as superfícies, cada milímetro de mim.
Mas o desejo... essa vontade carnal de te ter e sentir-te ainda que o tempo tenha passado e a existência simultânea tenha perdido a hipótese de sobreviver.
Ardi.
Ardeu.
Ardeste.
Nas mãos vejo as marcas, as linhas que se escreveram por si e se instalaram de forma indelével.
Não te consigo apagar. Não é fácil não pensar.
Estás sempre dentro de mim.
1 comentário:
the only way to get rid of temptation is to yield to it...
Enviar um comentário