26 dezembro, 2007
saber-me
Quantas vezes apenas pedi que me guardasses num abraço
e me levasses para esse teu mundo perdido
de meninos grandes e fadas e brilhos!
Esperei-te no ar, no vento, no norte sem estrelas...
Foste o meu sol, a minha lua, a minha estrela polar e o meu cruzeiro do sul...
Era nas horas calmas, momentos mortos que nos encontrávamos.
Ficávamos assim perdidos, vendo castelos no ar e...
Era o teu calor e o teu jeito traquina em mim.
Sabia-te de cor.
Soube-te de cor pelas linhas cruzadas em labirintos nas minhas mãos
Corri os teus olhos como uma planície de cor, pontilhada pelas pétalas do teu sorriso
Respirei-te
Senti-te
Vivi-te em mim!
Escorrem as tuas mãos pelos meus olhos...
... salgados, molhados, sem cor...
Foste uma tangente ao meu círculo
Uma intersecção à minha recta, plano transversal
Caminhaste sempre no teu eixo
Sem nunca pensar na minha função.
Espera-te o infinito...
Espera-me o infinito...
Voltaremos ao princípio como o próprio relógio?
Sento-me frente ao espelho
Devolve-me um reflexo que não reconheço
Que não sou mais eu nem a minha aparição
Fita-me um olhar diferente, um sorriso oco
E nele, o teu brilho de outrora...
Soube-te em mim,
Já não me sei mais.
28 outubro, 2007
long(i)tudo
Perco-me nas lembranças do desejo...
- onde estás?
Tudo começa no simples ofegar porque o ar parece fugir do próprio ar.
- estás aí?
Tudo começa com as palavras... (inocentes!) Trocam-se sílabas doces, seduzem-se os verbos e as sinapses, as metáforas e as melopeias... e tudo num frenesim!
Fecha os olhos, esquece os sentidos (dominantes!) e deixa-te embalar... Cada batida no peito é um toque leve na pele, cada palpitar dos olhos, um beijo quente e cada gesto perdido, cada abraço que se afasta, cada ondular dos cabelos... sou mais que eu, e apenas eu, em ti.
Soltou-se um beijo sob a chuva. Trocaram-se as palavras prometidas entre o doce aroma de um qualquer licor partilhado. Encheram-se os olhos de brilho da noite, tremeram as mãos, o corpo, a pele crua!
Sonhei-te mais que a ilusão...
- preciso-te...
beijos violeta borboleta
11 outubro, 2007
A ninfa (o início)
29 setembro, 2007
doces pecados de sol
-Qu'est que c'est ça maman?
Pergunta um dos petizes depois de uma enorme trinca no fruto rosado.
Ao lado uns olhos grandes sorriem para mim
- Olá! - dizem os dentes pequeninos... pequenas pérolas. O João Paulo parece gostar de areia e de praia e de mar. Com uma camisola laranja, grande demais para o seu corpo franzino, corre em saltos em volta das conchinhas de plástico. Parece saltitar por entre as imensas dunas criadas pelos pés que passam. Não deve ter mais de quatro anos. Quer ir ver as ondas e os barcos que navegam no horizonte. O chapéu de pala ao lado não incomoda a missão... nem a voz do pai que o chama incessantemente quando começa a caminhar. O João Paulo não conseguiu chegar à meta e, como que à tira colo, regressa ao ponto de partida. atira-se para o chão, deita-se na toalha e faz uma daquelas birras típicas da idade em que não se aceitam contrariedades menores. O pai desiste. Afinal, também ele quer um pouco de mar para lavar tantos pecados de sol.
Mãos dadas
Passos certos
Mais uma onda...
"Porque os frutos maduros são doces?"
Beijos violeta borboleta
P.s.: esqueci o beijo que ainda me faz cócegas no coração
P.s.2: novo blog de trenguices, parvoíces e outras 'ices em http://wwwf-util.blogspot.com
04 setembro, 2007
asas brancas
Hoje sou sombra porque não a tenho. Irradio ondas de calor quando o sol sorri do seu ponto máximo... o meu zénite. Estende-se a toalha, escorre-se o cansaço e distrai-se o beijo em suspenso. À medida que as cigarras aumentam o ritmo do bater das asas - furor! - amainam-se as vozes e no ar apenas o silêncio ondulante do mar. Uma e outra, uma atrás da outra...
Numa cumplicidade de espuma lavam-se os segredos e os gritos roucos entregues em surdina. Entrega-se o corpo à luxúria num acto de carne entre pele e calor.
"- É Ícaro quem está aqui!"
Gritam os velhos de barbas e as musas de outrora e do tempo. Errante, a epiderme continua a oferecer-se... agora com outros aromas e um novo brilho a óleos de amêndoas doces e canela. Paira o pecado cometido em sintonia, esquecem-se as horas cinzentas e as botas de chuva. Até a gabardina amarela, escondida entre mil e uma coisas, parece adormecida da memória.
Contempla-se, esgota-se. É o prazer dos poros que gritam em êxtase sem perdoar! Lá longe continuam as ondas geladas, o líquido frio e salgado...
"- Cheira a mar", diz a menina de tranças loiras e mini-saia cor de pastilha elástica.
Deixe que se cheire e se sinta. Comam os olhos, o nariz, o corpo e tudo!
Planam as asas sem sombra ou luz ou história. Apenas brancas, por escrever...
28 agosto, 2007
beijo de borboleta
Fui espreitando docemente
pela minha janela entreaberta,
esticando as longas asas
enquanto o sono
não desperta.
Num gesto traquina,
em jeito de travessura,
voei levemente
até poisar na boca nua.
Roubei-te o beijo, o gosto, a pele crua
e passeei-me pelos teus poros
até ser tua.
Quis-te assim, pela manhã, ao acordar...
17 agosto, 2007
muda...
Ligo directo para a caixa de correio só para ouvir a tua voz,
Sei que é cena fora mas todo o dia chega a hora em que
o lado esquerdo chora quando se lembra de nós
A vida corre tranquila, cada vez menos reguila
meto guita de parte e a cabeça não vacila tanto
Para minha alegria e meu espanto
Pode ser que o passado fique por onde deve estar:
No pretérito imperfeito, já que não é mais-que-perfeito,
Este é um presente que eu aceito
Para atingir a tranquilidade
Que supostamente se atinge com a nossa idade
A verdade é que a saudade do que passou
Não é mais que muita...
Mas por muita força que faça ela passa por saber que
te vivi...
Tu deste tudo e eu joguei, arrisquei e perdi
Agora,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu Mundo que eu mudei o meu.
Cada vez que eu ligo tento deixar mensagem
mas acabo por nunca arranjar a coragem
Necessária
Gostava apenas de partilhar contigo o quotidiano
habitual
Nada que se compare com as correrias
doutras alturas e doutros abismos
E já que falo por eufemismos
Gostava de dizer que ainda gosto bastante de ti...
A casa tá diferente, parece digna de gente
Dá gosto sentar no sofá com a tv pela frente
Comprei uma máquina de café
Xpto, bem bonita, azul bebé
Ocasionalmente cozinho e bebo o meu vinho
E esqueço o fumo que nos dava aquele quentinho
Hoje em dia é mais à base do ar condicionado
Condicionei a tentação num clima controlado
Quero que saibas que tou bem, sei que tu mais ou menos
Sempre gostaste de brincar em perigosos terrenos
Em relação a isso eu não sei o que fazer
E se calhar é por isso mesmo que acabo por não dizer
que
a verdade é que a saudade do que passou
Não é mais que muita...
Mas por muita força que faça ela passa por saber que
te vivi...
Tu deste tudo e eu joguei, arrisquei e perdi
Agora,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu número, eu mudei o meu,
Muda o teu Mundo que eu mudei o meu.
----- Mundos mudos (Da weasel)
30 julho, 2007
tu e eu
19 julho, 2007
do what you have to do
Conjured this temptuous rage
Created you a monster
Broken by the rules of love
And fate has led you through it
You do what you have to do
And fate has led you through it
You do what you have to do ...
And I have the sense to recognize that
I don’t know how to let you go
Every moment marked
With apparitions of your soul
I’m ever swiftly moving
Trying to escape this desire
The yearning to be near you
I do what I have to do
The yearning to be near you
I do what I have to do
But I have the sense to recognize
That I don’t know how
To let you go
I don’t know how
To let you go
A glowing ember
Burning hot
Burning slow
Deep within I’m shaken by the violence
Of existing for only you
I know I can’t be with you
I do what I have to do
I know I can’t be with you
I do what I have to do
And I have sense to recognize but
I don’t know how to let you go
I don’t know how to let you go
I don’t know how to let you go
02 julho, 2007
(i)material
18 junho, 2007
chuva de mudanças
Sweet sweet rain
Feel the rain on your face
Let the Heavens open
Feel the rain
Feel the rain
06 junho, 2007
Era uma vez... (1)
Convocaram-se os senhores dos mares, os reis da terra e deuses do céu, todos num concílio para que se pudesse criar tão especial vestido. E passaram-se as horas encantadas, por relógios encantados espalhados por tantos e tantos quartos enfeitiçados pela magia de uma inebriante sedução que emanava do ser feérico. Nada parecia agradar, nada parecia ser verdadeiramente especial para uma fada, que como todas, padece do romantismo das flores e do encantamento dos animais que se encontram una única vez para partilhar toda uma vida. Sim, a minha fada encantada e enamorada queria o que nem os deuses tinham para oferecer. Faltava-lhe o beijo encantado do príncipe, sem o qual não fazia sentido fazer tal vestido.
As notícias logo se espalharam pelo reino encantado, como todos os que fazem parte de contos de fadas. "Onde estará o meu príncipe?", perguntavam os caracóis loiros do cabelo encantado da fada encantada. O seu pedido ecoava em música nos ouvidos de todos as criaturas encantadas do bosque encantado que envolvia o reino encantado. Todos procuravam o príncipe do beijo... onde estaria? onde estará? onde estás...?
31 maio, 2007
....porque há dias lamechas
``In vain have I struggled. It will not do. My feelings will not be repressed. You must allow me to tell you how ardently I admire and love you.''
Mr. Darcy in Jane Austen's Pride & Prejudice, chapter XI of volume II
10 maio, 2007
a ninfa...(parte perdida)
Blys sentiu o sabor da saudade... Puro regozijo!
03 maio, 2007
Febre
29 abril, 2007
quero...
Conheço-te de cor, sei a ordem dos teus traços, o perfil do teu corpo, o toque da tua pele que alterna entre o macio e o áspero, o liso e o rugoso... a pele que te protege de mim e desse desejo perverso de te saber. Encontrar-me nas tuas veias, nos brônquios, no fémur, cúbito e rádio, em todas as células, órgãos e miudezas e poder fazer-te parte do que sou, do tangível e visível, para sempre.
Entra em mim, alimenta os meus poros, o meu desejo mórbido, o meu sangue!!!
E enquanto suspirares, enquanto a morte se for apoderando, lentamente, dos teus sentidos, saberás que continuarás a viver em mim, pelo gosto, pelo sabor, levemente temperado de especiarias que o próprio ar carrega.
Ah, o deleite, o prazer, o derradeiro pecado original. Pertenceres-me completamente como a caça ao caçador.
Oferece-te!
Eu espero...
16 abril, 2007
e se...?
E se eu hoje quisesse beber da tua carne, saborear as veias palpitantes enquanto ainda vertem, sentir esse odor quente, fértil, semi-vivo, e lambusar-me das tuas vísceras?
medo...
perder...
só perde a razão quem ainda gosta de pensar. só tem medo quem ainda pensa.
Preferes ter as minhas entranhas?
Hoje não!!!
É a minha vez...
05 abril, 2007
a ninfa...(parte2)
O contacto físico pode ser perigoso se a líbido estiver demasiado desperta... se o ventre pede, se a boca mordisca e se as mãos procuram entrelaçar, ou simplesmente tocar até sentir o calor, as pequenas linhas marcadas nos dedos, as curvas sinuosas cravadas pelo tempo e aquela humidade que denuncia um nervoso miudinho.
Foi, porém, num gesto brusco, quase desajeitado pela dor que a pele reclamava, que eles se sentiram. Primeiro tentando entrelaçar os dedos e depois numa luta de lábios qual tentativa de decidir quem seria a presa e qual o caçador.
Para mostrar toda a sua virilidade, puxou aquela pequena ninfeta cor de ginja, que não deveria ter mais de metro e meio, contra si e num com um movimento rápido mas sublime cruzou as suas pernas no seu colo. Elevou-a no ar... ia fazer dela a sua pequena deusa, a sua maçã proibida, o seu doce de cereja por uma noite! Queria tê-la ali, naquele instante em que os dois corpos se encontraram quase por completo, ou não fossem as vestes (menos ou mais ousadas, sempre espartilhadoras de emoções), e vibravam em frenesim. As veias dele palpitavam incessantemente tal como os músculos se contraíam em espasmos espectantes. Estava pronto e ela sabia-o.
Suspensa, ela puxou-lhe algumas madeixas de cabelo para trás por forma a poder simplesmente contemplá-lo e deliciar-se com o brilho quente daqueles olhos que a continuavam a beijar ainda que de longe.
Estava a provocá-lo! (e ele começava a protestar com a mão livre que lhe percorria o corpo sem pedir licença...)
Estava a mirá-lo como quem vê uma montra, um catálogo, um desfile e procura decidir o peso da tentação. Homens como ele já tinha conhecido alguns, vários... Sempre iguais. Sempre o mesmo jeito, o mesmo feitio e inevitavelmente a mesma confiança que rapidamente se transformava, a seu ver, em pura ingenuidade.
Mas aqueles olhos tinham algo diferente... pimenta preta com umas gotas de mel... Isso! Tinha um olhar agridoce.
Como se fosse apoderada por um sentimento carinhoso, largou as poucas madeixas com que o prendia, molhou os lábios dele com a sua língua e quebrou o silêncio:
-"Queres?"
28 março, 2007
a ninfa... (parte1)
É à noite que os corpos se encontram, se mexem e remexem entre as luzes turvas. Se movem ao som da lua, se curvam entre penumbras de pautas articuladas. Os olhares trocam-se e perdem-se, brilham e ofuscam. Os lábios aquecem e pedem um pouco mais de licor inebriante, um pouco de chuva... humidade... a língua mergulha na boca - louca - enquanto o suor teima em escorrer pela dança frenética das luzes.
Foi numa dessas noites de criaturas esvoaçantes, de mariposas rodopiantes, em que tudo se mexe, se toca e se troca que o corpo dela cheirou o dele... de leve... de mansinho... como se pedisse licença para sentir. Olharam-se longamente tentando perceber a atracção entre as mãos, entre os dois órgãos palpitantes... e a Terra que girava em volta, tornando turva a imagem dos seres em redor... secundários... desinteressantes...
O cabelo dela esvoaçava enquanto os olhos dele percorriam as curvas da silhueta perfeita que ela não escondia por puro devaneio de menina mulher que se quer afirmar sem pudor. O colo de alabastro, coberto de brilhos em demasia, mostravam duas pequenas saliências; indícios do que viriam a ser fontes com que alimentar não só frutos mas também olhares lascivos de machos não preparados para esta ninfeta.
Ah o cheiro de menina que exalava deixava-o completamente fora de controlo, confundia-lhe os sentidos. Todo ele queria senti-la, tocá-la, tê-la e percebê-la como um troféu. Imaginava aquele rosto redondo, vermelho de luxúria e aqueles caracóis cor de cereja desalinhados sobre os seus lençóis!
Queria prová-la, saber o seu sabor mais que com um beijo que não ia roubar. Não!
Roubar não era suficiente, não tinha chama, não tinha charme nem carisma. Não era sofisticado, não era o mais apropriado. Aquela pequena ninfa cor de cereja merecia algo... diferente... Era deliciosa demais para simplesmente mordiscar, tinha que a devorar por inteiro e no final poder saborear o caroço, o suco...
A troca de olhares difusos continuava enquanto os corpos se entendiam numa dança que fugia ao ritmo espalhado pela sala. Os dois estavam alienados do tempo e do espaço.
Eram apenas desejo.
Falar era proibido...
24 março, 2007
não é fácil
Ser pássaro azul que renasce da flor plantada em águas, que emerge por entre as brumas!
Lusco-fusco.
Pisca-pisca.
Os olhos ainda não se habituaram à luz imensa que brilha cá dentro e irradia tentando esquecer aquele medo que já invadiu todos os poros, todas as superfícies, cada milímetro de mim.
Mas o desejo... essa vontade carnal de te ter e sentir-te ainda que o tempo tenha passado e a existência simultânea tenha perdido a hipótese de sobreviver.
Ardi.
Ardeu.
Ardeste.
Nas mãos vejo as marcas, as linhas que se escreveram por si e se instalaram de forma indelével.
Não te consigo apagar. Não é fácil não pensar.
Estás sempre dentro de mim.
16 março, 2007
litthium
in the darkness I know myself
can't be free until I let it go...
ur my drug, my addiction... gotta loose it and find my way...
13 março, 2007
vou contar-te um segredo
26 fevereiro, 2007
A Borboleta!
Fogem-me as ideias como chamas etéreas fustigadas pelo vento... o meu? Apesar de tudo, continua a doer a tua simples existência...
Escreveste-me uma carta... uma simples, dactilografada, impessoal, carta deixando apenas um beijo... (pouco lembro já dos que trocámos). Despediste-te para um nunca mais e foste sem sequer olhar para trás...
Eu esperei por ti, na minha completa inocência desejei que não embarcasses nessa viagem sem retorno... mas foste, levando os meus sonhos contigo, mas deixando-me qui...
Vejo os raios da lua que já partilhei como um beijo...
A lua virou Sol e voltei a ver-me ao espelho. Tenho asas! Sou Monarca!
P.S.: Entre Borboletas e traças vai uma grande diferença. Umas são belas, coloridas, fortes, resplandecentes e iluminam tudo em redor. Já as outras, de tantas e tão cinzentas que são, acalentam um sentimento de piedade. Nunca confundir uma borboleta com todas as traças que se colam a uma lâmpada e se limitam a lá ficar.
22 fevereiro, 2007
O design da alma
Leva-nos a pensar se com as pessoas se passa o mesmo. Os mais voyeuristas poderão logo pensar em linhas externas... desenganem-se. Nada é pior que um design de uma alma inacabado. Qual Picasso, qual Degas, qual Van Gogh... a minha alma é mesmo Miró. Numa tela de incongruências, de formas geométricas perfeitamente imperfeitas vejo-me crescer, evoluir, envelhecer... Acrescente-se um ponto final almejando uma delineação, um padrão. Afinal, sou eu que me engano. Não é apenas um ponto que falta, mas sim uma profusão de reticências vermelhas, pretas, azuis.... qui çá...
13 fevereiro, 2007
De repente...
And all I see is stormy clouds
This grey jacket upon my shoulders
The noisy traffic whitin my shouts
Suddenly my eyes start to bleed
And the blury road threatens to steal
All the memories left behind
All the dreams and tunes to feel
Suddenly...
Suddenly...
And those meaningless words spoken
Chose the day to be left to die
And the soft thoughts were torn and broken
Making all lullabyes say goodbye
Suddenly...
Suddenly...
Suddenly is Monday
And my world seems weary to run
The mouldy books were finally over
Reminding me once we were one
Suddenly...
06 fevereiro, 2007
Sou!
Ser um riso num lugar estranho...
Lâmpada cinzenta em rua dourada...
Ser o brilho da própria luz,
a sombra do próprio sol
Ser o infinito num ponto,
numa estória contada...
Ser os passos que não se dão...
...por essa estrada,
Mas ecoam num sorriso,
Gargalhada.
Ser o beijo e a própria boca
Ser os teus lábios!
Chamam-me louca...
Ser frio na aurora perfeita
Ser silêncio pela marginal
Ser árvore, fruto, animal
Ser quem sou.
Ser quem fui.
Ser o ser,
Ser e não ser mais nada.
28 janeiro, 2007
Alfabeto de mariposa I
Afecto
Beijio
Calor
Desejo
Estória
Fugaz
Gesto
Hedonista
Imagem
Jornalista
Luar
Mar
Nua
Ondulando
Possua
Quando?
Riso
Siso
Tempo
Urgência
Vai,
Xô!
Zumbi....
18 janeiro, 2007
No cantinho da janela
Fui eu que me encontrei...
10 janeiro, 2007
renascer das cinzas
Sinto que em mim o tempo passou e que as folhas da nossa árvore foram caindo, uma a uma, sem vontade de regressar, voando para longe ao sabor das correntes, dos risos e das lágrimas. Fiquei nua, despida como essa árvore que afinal não era mais que um pequeno arbusto queimado pelo fogo que te consumia e que acabou por me arder mais que doer. Fui cinza, fui pó, fui um sem número de pequenos nadas entre o tudo que me rodeava, entre os vultos e as sombras, entre espaços escuros longes da luz que eu tivera cá dentro.
Sinto que estás cada vez mais longe, mais distante da semente que entretanto consegui germinar em mim. Continuo despida mas hei-de ter folhas, hei-de ter frutos, hei-de ter asas e vida em mim.
Sinto que vou renascer... sou fénix!